Operação bloqueia R$ 150 milhões de investigados em participação de esquema de jogos de azar; policial rodoviário federal é um dos alvos


Foi determinado ainda o bloqueio de sites de apostas, páginas em redes sociais, sistemas de gestão de jogos ilegais – tanto no Brasil quanto no exterior – e sequestro de 18 imóveis e de 236 veículos. Operação mira organização criminosa ligada a jogos de azar
Aproximadamente R$ 150 milhões foram bloqueados de contas bancárias de investigados na participação de esquema de jogos de azar e lavagem de dinheiro durante uma operação deflagrada pelo Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no norte do Paraná, nesta quinta-feira (30).
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Os policiais foram às ruas para cumprir 23 mandados de busca e apreensão, três de prisão e 14 de medidas cautelares. Entre os alvos, está um policial rodoviário federal.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que a organização criminosa tem atuação nacional.
Além de 12 mandados em Londrina e um em Cambé, as ordens também foram cumpridas em cidades de outros estados: três em Goiânia (GO), quatro em Itapema (SC) e um em Balneário Camboriú (SC). Um mandado foi cumprido em Brasília, no Distrito Federal.
Foi determinado ainda o bloqueio de sites de apostas, páginas em redes sociais, sistemas de gestão de jogos ilegais – tanto no Brasil quanto no exterior – e sequestro de 18 imóveis e de 236 veículos.
Dos três mandados de prisão, um era em Londrina e dois nos Estados Unidos.
O Gaeco não divulgou, até a publicação desta reportagem, o balanço de prisões.
Como o esquema funciona
Operação bloqueia R$ 150 milhões de investigados em participação de esquema de jogos de azar
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A investigação mostrou que o grupo desenvolveu uma plataforma que insere jogos ilegais em máquinas de cartão de crédito. Para fornecer para outras regiões, recebia um percentual dos lucros.
O Gaeco teve acesso a uma planilha desse grupo que mostrou uma renda bruta de R$ 40 milhões em um mês ao fornecer a plataforma para 81 compradores.
“Eles faziam esse branqueamento do capitais através de aquisição de imóveis de luxo e também a constituição de diversas empresas de locação de veículos”, explicou o promotor do Gaeco Londrina, Leandro Antunes.
As empresas eram “emprestadas” para que criminosos condenados pudessem “lavar” dinheiro ao adquirir veículos de luxo.
Uma lotérica e compras de cotas de consórcio também foram esquemas usados para ocultar os valores.
Líder foragido e participação de policial rodoviário federal
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O líder do grupo foi preso em 2011 e, em seguida, recebeu liberdade. Ele continuou realizando jogos ilegais e expandiu o esquema até os outros estados do país.
Em 17 de novembro de 2023, três dias após o Gaeco prender dois integrantes da organização, ele e familiares fugiram para o Paraguai. De lá, foram para os Estados Unidos.
O policial rodoviário federal investigado é irmão do líder do grupo e está no Brasil, com imóvel em Londrina. Ele não foi preso. Entretanto, na casa dele, foi encontrado um veículo em nome de uma das locadoras investigadas.
“Já há algum tempo que as contas bancárias desse policial rodoviário federal eram utilizados pela organização para fins de lavagem de capitais. E também a notícia de que pelo menos em uma oportunidade ele teria feito transporte de valores, ainda que durante o serviço, em razão da função, para outras localidades também em benefício desta organização, levando esses valores para outros ‘bicheiros’, outros criminosos de outros estados do país”, explicou o promotor de Justiça Guilherme Larsen.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que acompanhou o cumprimento do mandado de busca e apreensão, mas que “ainda não teve acesso aos autos, para avaliar se os fatos investigados têm relação com a PRF e se existem indícios de violação funcional”.
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