Stewart Rhodes, ex-líder da milícia Oath Keepers e um dos acusados de organizar o ataque ao Capitólio dos EUA há quatro anos, foi libertado da prisão horas depois que o presidente empossado Donald Trump emitiu um amplo perdão para 1.500 réus na segunda-feira (20).
Ele não entrou no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, mas foi considerado culpado de conspirar para usar força contra o Congresso para impedir a certificação da eleição. Além disso, o ex-líder da milícia também foi acusado de estocar armas de fogo, em um hotel na vizinha Virgínia, que poderiam ser transportadas através do rio para Washington.
Rhodes saiu da prisão federal em Cumberland, em Maryland, pouco depois da meia-noite desta terça-feira (21). O acusado teve a sentença de 18 anos comutada, ou seja, substituída por outra mais branda. “Estamos profundamente gratos ao presidente Trump por suas ações hoje”, disse James Lee Bright, advogado que representou Rhodes à agência de notícias Associated Press.
Perdão presidencial
Entre os que também devem ser soltos pelo perdão presidencial concedido por Trump estão os líderes da organização de extrema direita Proud Boys, incluindo alguns que foram condenados por conspiração sediciosa (tentativa de derrubar o governo pela força).
De acordo com a rede de TV americana CNN, dois irmãos foram os primeiros perdoados a serem soltos: Andrew Valentin e Matthew Valentin, que foram sentenciados na semana passada a dois anos e meio de prisão. Eles saíram do DC Central Detention Facility ainda na noite de segunda.
O perdão de Trump foi apenas uma das várias ordens executivas que ele assinou após uma cerimônia de posse no Capitólio dos EUA, onde seus apoiadores haviam protestado quatro anos antes.
Invasão do Capitólio em 2021
Centenas de pessoas foram criminalmente acusadas por terem invadido o Capitólio em janeiro de 2021. No dia, apoiadores de Trump tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020. Cinco pessoas morreram.
Segundo a ordem executiva, ficam perdoados todos os investigados pela invasão ou crimes relacionados ao ataque ocorridos entre 6 e 20 de janeiro de 2021. Mais de 1.200 americanos foram condenados por crimes no período, incluindo cerca de 200 pessoas que admitiram ter agredido policiais.
Durante um discurso na Capital One Arena, Trump chamou os acusados presos de “reféns” e disse que irá libertá-los por meio do perdão presidencial. Segundo o presidente, os invasores “não fizeram nada de errado”.
Arquivamento de investigações
Trump também determinou que a Procuradoria-Geral do país busque a rejeição de todas as acusações relacionadas ao ataque que ainda estão pendentes. A ação pretende arquivar as investigações contra os suspeitos e acusados que ainda tramitam na Justiça.
Os democratas criticaram a medida de estender os perdões a manifestantes violentos, muitos dos quais crimes foram capturados por câmeras e transmitidos ao vivo pela TV.
A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, chamou isso de “um insulto ultrajante ao nosso sistema de justiça e aos heróis que sofreram cicatrizes físicas e traumas emocionais enquanto protegiam o Capitólio, o Congresso e a Constituição”.