Em ação, Sari diz que influenciadora violou sua ‘honra e dignidade’ em stories no Instagram. Ex-primeira dama de Tamandaré já foi condenada pela morte do menino, que caiu de um 9º andar em 2020. Luana Piovani é processada por Sari Corte Real, condenada pela morte do menino Miguel, de 5 anos, que caiu do 9º andar de um prédio no Centro do Recife
Arte/g1
Condenada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva — o menino de 5 anos que caiu do 9º andar de um prédio no Centro do Recife, em 2020 —, Sari Corte Real processou a atriz Luana Piovani por danos morais. Na ação, ela afirma que a influenciadora deu declarações que violaram “sua honra e dignidade” em vídeos publicados no Instagram e pediu o pagamento de uma indenização de R$ 50 mil.
Ex-primeira dama de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, Sari é ré na Justiça por ter deixado a criança sozinha no elevador e, depois, apertado o botão que levava à cobertura do edifício (relembre o caso abaixo).
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A ação tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde 22 de novembro de 2024. No processo, a defesa de Sari Corte Real alega que Luana Piovani publicou vídeos comentando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender a ação que condenou Sari e o marido, Sérgio Hacker, a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à família de Miguel, em setembro do ano passado.
Ao receber a petição, a juíza Ana Claudia Brandão de Barros Correia, da 29ª Vara Cível da Capital, determinou que a atriz fosse intimada para se manifestar no processo. O g1 tenta contato com a defesa de Luana Piovani.
De acordo com o documento de intimação, a magistrada afirma que, segundo a defesa de Sari Corte Real, a atriz usou “termos depreciativos”, como “rica” e privilegiada”, e afirmou que a ex-primeira dama teria assassinado o menino.
Além disso, de acordo com a petição, a influenciadora disse, nos vídeos, que a situação envolvendo o caso deveria ser definida e defendeu a prisão de Sari.
Relembre o caso
Laudo pericial sobre a morte do menino Miguel desmente versão de Sari Corte Real
Em 2 de junho de 2020, Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, caiu do 9º andar do Condomínio Pier Maurício de Nassau, no bairro de São José, no Centro da cidade;
Mirtes, mãe dele, tinha descido ao térreo para passear com a cadela dos patrões, enquanto a então patroa, Sari Corte Real, responsável por cuidar do menino naquele momento, pintava as unhas com uma manicure;
O garoto ficou no apartamento de Sari, localizado no 5º andar e, num determinado momento, correu até o elevador;
Imagens de uma câmera de segurança mostram Sari Corte Real apertando um botão do elevador e deixando a porta fechar com o menino dentro (veja vídeo acima);
Um laudo pericial concluiu que o botão que Sari apertou levava o elevador para a cobertura do edifício;
O vídeo mostra, ainda, o equipamento parando no 9º andar e o garoto saindo da cabine;
Perdido, Miguel caminhou até um vão onde fica o maquinário dos aparelhos de ar-condicionado e caiu no térreo, morrendo enquanto era socorrido;
Sari foi presa em flagrante na época e autuada por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada;
Em 2021, Mirtes Renata começou a cursar direito, para entender melhor os trâmites processuais do caso do filho;
Com a repercussão do caso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) criou o Instituto Menino Miguel, voltado para discussões sobre infância, família e envelhecimento;
Em 2022, em visita ao instituto, a mãe do garoto homenageou a cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que em 2020 compôs a canção “2 de Junho” sobre a morte de Miguel;
Em maio de 2022, Sari foi condenada a oito anos de prisão e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte, porém, em novembro do ano seguinte, a pena foi reduzida a sete anos;
Em maio de 2023, um abaixo-assinado com quase 2,8 milhões de assinaturas pediu celeridade no julgamento sobre o caso;
No mês seguinte, Sari Corte Real se matriculou no curso de medicina numa faculdade particular.
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