Abraço à Democracia: novo ministro da Comunicação, velhos problemas


Evento em apoio a democracia relembra ataque de 8 de janeiro de 2023
Ricardo Stuckert / PR
O evento “Abraço à Democracia”, realizado para marcar e lembrar os atos golpistas de 8 de janeiro, mostrou que o governo tem um novo ministro da Comunicação, mas os velhos problemas dos discursos improvisados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persistem.

Na avaliação de assessores presidenciais, esse será apenas um dos desafios do novo ministro Sidônio Palmeira: convencer Lula a evitar erros e escorregões nos seus improvisos.
Lula afirma que é ‘amante da democracia’ e diz que amantes são mais amadas por maridos
O discurso escrito, lido pelo presidente, estava no tom certo, defendendo a democracia, cobrando punição a golpistas e celebrando a união e o diálogo.
Tudo no ponto correto, inclusive com a bela sacada do “ainda estamos aqui” porque a democracia venceu, referência ao premiado filme brasileiro “Ainda estou aqui”.
Só que na fala inicial, de improviso, o presidente cometeu erros e derrapou na mensagem.
No evento para celebrar a democracia, Lula se colocou no centro das atenções ao falar longamente dele, de sua trajetória e riscos de morte recentes, quando a homenageada do dia era a vitória da democracia.
O discurso escrito teve o dedo do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social e foi elogiado. A fala de improviso acabou sendo alvo de críticas porque Lula teria tentado capitalizar em seu benefício o evento do 8 de janeiro de 2023.
Sem falar no comentário sexista, quando disse que era amante da democracia, e soltou a frase que, segundo ele, os maridos costumam amar mais suas amantes do que suas mulheres.
Lula tem sido criticado por falas de improviso, tanto que, em algumas cerimônias, evitou sair do roteiro escrito para não gerar ruídos de comunicação, admitidos por ele próprio posteriormente.
Já o evento no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado por críticas aos que tentaram um golpe no país e pela defesa da regulação das redes sociais e da criação de uma quarentena para militares que decidam entrar na política.
No primeiro caso, a defesa enfática foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que o “golpismo não estava vencido”.
Moraes, relator do inquérito do golpe, afirmou que a regulação das redes sociais é urgente, ainda mais depois da decisão da Meta de acabar com seu serviço de checagem de fatos nos Estados Unidos.
Ele garantiu, no entanto, que nenhuma plataforma digital irá funcionar no Brasil se desrespeitar a legislação brasileira.
No segundo caso, o ministro Gilmar Mendes afirmou que os eventos golpistas do governo passado, com participação de um grupo minoritário de militares, mostram a necessidade de se criar um sistema de inelegibilidade de militares que deixam a ativa e decidem entrar na política.

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