O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, deverá anunciar sua renúncia nesta segunda-feira (6), segundo fontes próximas à agência Reuters. Trudeau, que está no cargo há 9 anos, também deve deixar a liderança do Partido Liberal, conforme informações de fontes ouvidas pelo jornal canadense The Globe and Mail, que publicou a notícia no domingo (5).
Ainda não está claro se Trudeau deixará o cargo imediatamente ou aguardará até que um novo líder seja escolhido. De acordo com uma fonte anônima, o primeiro-ministro teria discutido com Dominic LeBlanc, atual ministro das Finanças, a possibilidade de LeBlanc assumir interinamente tanto a liderança do Partido Liberal quanto o cargo de primeiro-ministro. No entanto, essa solução seria impraticável se LeBlanc tivesse planos de se candidatar à liderança do partido.
Os pedidos para que Trudeau deixe o cargo aumentaram no mês passado, após uma tentativa de destituir Chrystia Freeland, ministra das Finanças e uma de suas aliadas mais próximas, depois que ela se opôs às propostas de aumento nos gastos. Freeland, então, renunciou e escreveu uma carta acusando Trudeau de usar “truques políticos” em vez de focar nas questões que seriam melhores para o país.
A maioria dos membros das convenções de Ontário, Quebec e Atlântico expressaram desaprovação em relação à permanência de Trudeau no cargo. Essas regiões representam a maior parte dos 153 assentos ocupados pelos liberais na Câmara dos Comuns, sendo 131 deles provenientes dessas áreas.
Os conselheiros de Trudeau estão avaliando como ele pode permanecer no cargo enquanto a liderança liberal é definida. Diversos deputados, como o liberal George de Alberta, expressaram a preferência por um líder interino. Outra fonte do Partido Liberal revelou ao The Globe and Mail que a escolha de um novo líder poderia demorar pelo menos três meses, embora a constituição do país exija um período mínimo de quatro meses.
Justin Trudeau assumiu a liderança do Partido Liberal em 2013, quando o partido enfrentava dificuldades e ocupava o terceiro lugar na Câmara dos Comuns. Caso o primeiro-ministro renuncie, é possível que surjam novos apelos por uma eleição rápida, a fim de estabelecer um governo capaz de lidar com as questões políticas internacionais, como o governo de Donald Trump nos Estados Unidos, conforme indicado pela agência Reuters.