Base do prefeito acusava presidente da sessão original, que é da oposição, de impedi-la de votar em segunda votação, realizada às pressas. Sessão de posse e eleição da Mesa Diretora em Embu das Artes, no dia 1º de janeiro
Reprodução/Câmara Municipal de Embu das Artes
Em nova sessão nesta sexta-feira (10), a Câmara de Embu das Artes elegeu o presidente e os demais membros da Mesa Diretora. A eleição anterior, realizada em 1º de janeiro, foi suspensa pela Justiça após uma confusão entre vereadores da base aliada do prefeito Hugo Prado (Republicanos) e a oposição (leia mais abaixo).
Nesta sexta, a sessão ocorreu sem sobressaltos. Foram eleitos:
Presidente: Abel Arantes (Solidariedade)
Vice-presidente: Diego Paixão (Podemos)
Primeiro-secretário: Índio Silva (Republicanos)
Segundo-secretário: Gideon Santos Jr. (PV)
Terceiro-secretário: Abidan Henrique (PSB)
Suplente: Bobilel Castilho (MDB)
O mandato da Mesa Diretora é de dois anos.
Confusão na Câmara
A eleição original para os membros da Mesa Diretora ocorreu no primeiro dia do ano, quando os 21 vereadores foram empossados.
Com a Câmara lotada e tumultuada, a primeira votação teve uma disputa para sua presidência entre Abel Arantes e Vanessa da Saúde (União Brasil). Ambos receberam dez votos. O vereador Uriel Biazin, do PT, se absteve. Para desempatar, teria de haver uma nova sessão.
A confusão que levou ao questionamento dessa nova eleição ocorreu por que o vereador que presidiu a sessão, Abidan Henrique (PSB), convocou um intervalo de 30 minutos para a nova votação, mas deu início a ela em menos de um minuto, e parte dos vereadores foi considerada ausente.
“Daqui a 30 minutos vamos retomar a votação”, disse Abidan Henrique, que presidia a sessão por ter sido o vereador mais votado na eleição em outubro. O pessebista então foi cercado e pressionado pelos demais vereadores. Menos de 30 segundos após anunciar meia hora de intervalo, voltou ao microfone para dizer: “Senhores vereadores, vamos retomar a votação”.
Os vereadores passaram à votação nominal, por ordem alfabética, e quem não estava foi considerado ausente. Nas imagens da sessão, que teve duração de quase 6 horas, é possível ver o vereador Gideon Santos Júnior (PV) apressando os votos dos colegas.
Com isso, venceu a composição da Mesa do grupo a que Abidan faz parte, com Abel Arantes (Solidariedade) como presidente, e de oposição ao prefeito Hugo Prado.
Vereadores da base do prefeito, que se sentiram prejudicados no processo, entraram com pedido de mandado de segurança para suspender o resultado e realizar uma nova votação. Na quarta-feira (8), após manifestação do Ministério Público, a Justiça suspendeu a eleição do dia 1º.
Procurado pela TV Globo, Abidan afirma que interrompeu a sessão para “acalmar os ânimos” tanto do público quanto das pessoas que estavam rodeando a mesa (vereadores e assessores).
A pronta retomada das atividades ocorreu, segundo o vereador, depois que ele constatou que a ausência dos parlamentares da base do prefeito foi uma forma de estender a sessão em um cenário de derrota.
“Os outros 10 vereadores tiveram, sim, o direito de votar. Eu lhes dei a palavra [para o voto]. Porém, numa estratégia de fazer uma obstrução da sessão, eles saíram por própria vontade da plenária. Por isso não concordo que foi tolhido o direito de voto”, diz.
Apesar de discordar da decisão judicial, o vereador afirma que “prontamente” convocou uma nova sessão. “Nós vamos fazer a votação, como manda a Justiça.”
Mesa Diretora da Câmara de Embu das Artes eleita no dia 1º pode mudar
Reprodução/Câmara Municipal de Embu das Artes