Milhares de romenos protestam contra a anulação das eleições presidenciais

Romenos protestam contra a anulação das eleições presidenciais, em 10 de janeiro de 2024, na RomêniaDaniel MIHAILESCU

Daniel MIHAILESCU

Milhares de romenos se reuniram em frente ao Parlamento em Bucareste, nesta sexta-feira (10), para denunciar a anulação das eleições presidenciais, após uma campanha marcada por suspeitas de interferência russa.

O Tribunal Constitucional, localizado dentro do enorme edifício, anulou as eleições no início de dezembro, uma ocorrência extremamente rara na União Europeia. O candidato de extrema direita Calin Georgescu havia vencido no primeiro turno.

As autoridades acusam Georgescu de ter recebido apoio ilícito por meio da plataforma TikTok e a Comissão Europeia anunciou a abertura de uma investigação.

Novas eleições devem ser realizadas em maio; a data deve ser confirmada na próxima semana.

Crítico da UE e da Otan, e contrário a qualquer ajuda militar à Ucrânia, Georgescu entrou com várias ações judiciais, incluindo uma perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH).

Seus advogados contestaram a anulação da eleição perante o Tribunal Constitucional nesta sexta-feira.

“Vivemos em uma ditadura”, disse outro candidato nacionalista, George Simion, à imprensa, dizendo que estava lá “para defender a democracia”. Ele convocou uma nova manifestação na capital no domingo e se juntou ao recurso perante o Tribunal.

O seu partido, a AUR, tinha obtido 18% dos votos nas recentes eleições legislativas e, no total, os três partidos do bloco soberanista representam agora um terço dos eleitores, ou seja, mais que o triplo dos votos obtidos pelo AUR em 2020, quando se apresentou sozinho.

Diante desse bloco crescente, várias forças políticas pró-europeias formaram um governo no final de dezembro e apresentaram um candidato comum à presidência, Crin Antonescu.

Aos 65 anos, o ex-líder dos liberais “suspendeu” sua candidatura, lamentando a falta de apoio dos principais partidos.

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